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as-memorias-dos-outrosEmbaixador de carreira jubilado o autor ocupou sucessivos postos, de 1970 a 2003, em Brasília, Bruxelas, Nova Iorque, Nova Delhi, Buenos Aires e por fim, Paris (UNESCO).

A vantagem de ser politicamente incorrecto é podermo-nos dar ao luxo de só agora ter lido esta obra que, não obstante datar de 2001, mantém plena actualidade. A propósito da sua paixão pelas biografias e diários de personagens históricos, Marcello Duarte Mathias discorre de forma surpreendente sobre aspectos menos conhecidos dessas vidas, da arte à literatura ou à música, acrescentando a sua própria visão pessoal, naturalmente enriquecida por uma vida cheia de “mundo” e aproveitando algumas brechas para deixar escapar alguns aspectos das suas próprias memórias biográficas.

Fica a curiosidade de ler outras obras do autor (“Diários da Índia” ou “Diários de Paris”, por exemplo), não sem antes recordar um provérbio antigo de origem grega citado neste livro a propósito de sempre e em tudo se dever ter a noção da justa medida – «carvão quente queima as mãos e carvão frio suja-as».